Barbot, Jean: Jean Barbot nasceu em 1655, na cidade de Saint Martin de Ré (Ilha de Ré), perto de La Rochelle, em uma grande família huguenote (calvinista). Ele trabalhou como agente comercial em navios negreiros franceses na África ocidental, em 1678-79 e 1681-82. Na primeira viagem, 1678-1679, atuou como agente de um mercador francês e na segunda, serviu na Companhia Francesa da África (ocupando o posto de “agente-geral”). Foi nessa segunda viagem que ele visitou e comerciou em Popo e Uidá, na Costa dos Escravos. Contudo, como ele mesmo afirma ter estado no mesmo mês em Elmina e em Uidá (abril de 1682), pode-se concluir que Barbot não passou muito tempo nesses lugares. De volta à Europa, foi expulso da França em 1685 por ser huguenote, passando o resto da sua vida na Inglaterra. Barbot faleceu em 1712, em Southampton.
93
Costa do Ouro
Período: 1679 - 1688
palavras-chave
Cultura material / Instrumentos musicais
Cultura material / Instrumentos musicais / Tambor
Cultura material / Instrumentos musicais / Campânula (agogô, ferro, gã)
Cultura material / Instrumentos musicais / Trompete/flauta...
Cultura material / Trono/cadeira...
Cultura material / Instrumentos musicais / Bacia
"Instruments qui servent aux divértissements des negres." Costa do Ouro
131
Reino de Grande Popo
palavras-chave
Práticas rituais / Realeza (festas, protocolo de corte, gestos)
Os
negros que estão sob seu domínio amam e respeitam muito ele [o rei de Popo]. É
uma máxima entre eles que o rei sempre coma sozinho.
132
Reino de Grande Popo
palavras-chave
Entidades espirituais / Mar
Cultura material / Bastão/cajado
Cultura material / Vestuário
Fetiche / Comércio
Práticas rituais / Especialistas religiosos
Práticas rituais / Especialistas religiosos / Identidades (títulos, terminologia)
Práticas rituais / Especialistas religiosos / Profissionalismo
Encontros religiosos / Escravidão e religião
Os Mouros aqui, como todos os outros na Guiné, submetem-se cegamente às opiniões de seus sacerdotes, a quem chamam de Domine e que estão todos vestidos em longas túnicas brancas, com um bastão curvo na mão direita. Navios mercantes em Popo são obrigados a dar presentes aos sacerdotes, a fim de que eles encorajem os Mouros que trabalham na barra a embarcar-se [nas canoas]. Os Mouros estão convencidos de que, se os sacerdotes são bem pagos, eles vão rezar para os fetiches para fazer o mar favorável, e assim as canoas não irão virar. Outro costume daqui é dos sacerdotes jogarem areia sobre a cabeça dos escravos que embarcam, para que o fetiche evite que as canoas virem na rebentação da barra.
135 [1]
Reino de Uidá / Savi
Período: 1681 - 1682
palavras-chave
Encontros religiosos / Catolicismo
A Companhia do Senegal [da França], tendo assumido os direitos da Companhia das Índias Ocidentais, mantém um agente lá [Savi], junto com alguns brancos e um clérigo como capelão.
135 [2]
Reino de Uidá / Savi
Período: 1681 - 1682
palavras-chave
Fetiche / Do rei
Crenças, cosmologias etc. / Superstição
O príncipe é muito supersticioso e um escravo de seus fetiches, dos quais o palácio está cheio.