De Marees, Pieter: As datas de nascimento e morte de Pieter De Marees não são conhecidas. Ele pertencia à casa de Maretz, no sul da Holanda, e foi, provavelmente, um dos muitos emigrantes de Flanders que se instalaram nas cidades do norte, após a declaração de independência da Espanha e Portugal pelas Províncias Unidas do Norte, em 1581. De Marees foi um mercador de profissão. Em 1º de novembro de 1600, embarcou em Texel numa viagem para a costa da África ocidental. Foi passageiro de um dos três navios holandeses que partiram para Cabo Lopez para realizar missões comerciais. Segundo consta na sua obra (Beschryvinghe), as embarcações retornaram a Texel em 20 de março de 1602, e De Marees retornou a Amsterdã no dia seguinte. No mesmo ano, o editor e impressor, estabelecido em Amsterdã, Cornelis Claesz, publicou o diário da viagem, ilustrado com gravuras. Segundo De Marees, o Beschryvinghe foi o resultado de várias viagens à Costa do Ouro, sendo que ele parece ter concentrado suas observações em Cape Coast (Cabo Corso), nos reinos de Fetu e Sabou e em Accra (Iselin, 1994, p. 148). O Beschryvinghe foi o primeiro e mais importante relato de primeira mão sobre a Costa do Ouro, sua população e sociedades, e teve grande influência em obras posteriores. Para mais comentários, ver "detalhes" da sua obra.
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Região/Localidade: Costa do Ouro
Confiabilidade: Testemunha ocular
Texto Original
Tradução
A descrição da Figura n. 5. Esta ilustração apresenta como e de que forma eles honram seus Fetissos, que superstições e fingimentos demonstram a seu ídolo, acreditando que o estão reverenciando. A) Mostra como um Fetissero ou um dos seus ministros está com suas duas mulheres perto de uma árvore, para adorar seu ídolo[.] Agitam vários guizos, fazendo soar tamborins, enquanto suas mulheres pulam uma contra a outra, paramentadas como em dia de festa, entregando-se à alegria, em honra a seu Fetisso[.] Ao pé da árvore há um cachorro preto, que vem costumeiramente se apresentar[.] Na árvore amarram muitos feixes de palha, que eles chamam Sainctos e que se amarram também nos braços e pernas. B) Aqui se representa outro tipo de oração, que eles também fazem, suplicando a seu ídolo que lhes envie muitos mercadores e que faça chover a fim de que possam achar ouro. C) Representa como são suas assembléias na terça-feira, que é seu domingo, para batizar e conjurar suas crianças.1
1 Falta descrição da cena D.
Comentário
No original francês falta descrição da cena D. Nela se observa uma cobra.
Palavras-chaves
Cultura material / Palha/folha/ervas (objetos de)
Fetiche / Ídolo
Cultura material / Ornamentos corporais
Crenças, cosmologias etc. / Superstição
Práticas rituais / Especialistas religiosos / Identidades (títulos, terminologia)
Práticas rituais / Chuva (propiciar)
Práticas rituais / Cerimônias/festas públicas
Práticas rituais / Batismo
Fetiche / Corpo
Fetiche / Comércio
Entidades espirituais / Diabo
Cultura material / Ouro
Práticas rituais / Rezas/orações/preces/conjuros
Cultura material / Penas
Práticas rituais / Possessão/transe...
Práticas rituais / Dança
Cultura material / Instrumentos musicais / Tambor
Fetiche / Prosperidade
Entidades espirituais / Serpente
Entidades espirituais / Árvores (fitolatria)
Fetiche