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Autor: Barbot, Jean | |
Título: Description des côtes d’Affrique | |
Localidade: Londres | |
Editor: Hakluyt Society | |
Ano: 1992 | |
In: Barbot on Guinea: the writings of Jean Barbot on West Africa 1678-1712, Paul Hair, Adam Jones e Robin Law (eds.) | |
Tipo: | |
Produção: 1688 | |
Data da Primeira Edição: 1992 | |
Período de Referência: 1679 - 1688 | |
Língua: frances |
Comentário: |
Jean Barbot, nasceu em 1655, na cidade de Saint Martin de Ré (Ilha de Ré), perto de La Rochelle, em uma grande família huguenote (calvinista). Ele trabalhou como agente comercial em navios negreiros franceses na África ocidental, em 1678-9 e 1681-82. Na primeira viagem, 1678-1679, atuou como agente de um mercador francês e, na segunda, serviu na Companhia Francesa da África (ocupando o posto de “agente-geral”). Foi nessa segunda viagem que ele visitou e comerciou em Popo e Uidá, na Costa dos Escravos. Contudo, como ele mesmo afirma ter estado no mesmo mês em Elmina e em Uidá (abril de 1682), pode-se concluir que não passou muito tempo nesses lugares. De volta na Europa, ele foi expulso da França em 1685 por ser huguenote, passando o resto da sua vida na Inglaterra. Ele faleceu em 1712, em Southampton. A obra de Barbot consta de três corpus principais: 1.- Barbot/1679: o manuscrito do jornal da viagem realizada em 1678-9. 2.- Barbot/1688: o manuscrito, em francês, do relato sobre a Costa da Guiné, intitulado “Description des côtes d'Affrique”, e conservado no Public Record Office de Londres, sob a cota ADM 7/830B. 3.- Barbot/1732: a versão impressa, em inglês, do relato sobre a Costa da Guiné, intitulada A Description of the Coasts of North and South Guinea, publicada em 1732, após sua morte em 1712. O relato sobre a Costa da Guiné esta baseado em parte nas observações e pesquisas de Barbot, e em parte em fontes escritas anteriores. No manuscrito de 1668 constam informações de De Marees (para a Costa do Ouro), de Villaut, de Dapper (a fonte mais importante), de D’Elbée (para a Costa dos Escravos) e dos mapas de De Witt (1670s), Van Keulen (1683) e Robijn (1685) (Hair et al, 1992, p. cviii). A segunda parte do manuscrito (30 cartas) está dedicada à descrição da Costa do Ouro. As três primeiras cartas e o começo da quarta, da terceira parte, são dedicadas à Costa dos Escravos. É nesta terceira parte onde as contribuições de Barbot são mais significativas pela sua novidade. As partes originais desse manuscrito de 1688, descartadas aquelas que resultaram de plágio, foram traduzidas ao inglês e publicadas em 1992, numa edição crítica, anotada por Paul Hair, Adam Jones e Robin Law. Foi esta edição, e o seu texto inglês, as utilizadas para a tradução ao português, neste sitio. A numeração entre barras /140/ corresponde a paginação do manuscrito original e aquela entre colchetes [256] à paginação da edição de 1992. A versão de 1732, acrescenta informações extraídas de outras 20 fontes novas, incluindo Bosman (1704-05); Le Marie (1695); Froger (1698); e Davenant (1709) (Hair et al, 1992, p. cviii). A seção final de Barbot/1732 contêm um “Suplemento”, escrito em Southampton, entre 1710-1713: além do relato de duas viagens da Inglaterra a África, em 1699-1700, realizadas pelo irmão e o sobrinho de Barbot, o suplemento contem informações da Guiné relativas ao período 1690-1710. Além das fontes escritas citadas, as informações derivam também de jornais, e de testemunhos orais coletados por Barbot de prisioneiros de guerra franceses em Southampton que serviram na Guiné, ou de amigos ingleses. Como o manuscrito de 1713, quando Barbot faleceu, não se conserva, não há certeza de que o que foi publicado muitos anos depois, em 1732, fosse a replica exata do que Barbot deixou. Pode ser que o seu irmão e sobrinho ou os editores realizaram alguma mudança, mas o fato de não haver na obra de 1732 referências posteriores a 1713 sugere que se respeitou com bastante precisão o texto deixado pelo autor. A formação Hugonote de Barbot determinava a sua crença na predestinação e a sua crítica aos missionários católicos que comparava aos africanos por supersticiosos (Hair et al., 1992, p. xiii). Na seção sobre os Kquoja, por exemplo, em grande parte copiada de Dapper, Barbot cortou de forma drástica as partes relativas à magia e a feitiçaria, talvez porque tivesse dúvidas sobre a conveniência de publicar informações sobre superstições pagãs (cf. "It would be too tedious to relate the many stories they tell of these sorcerers ...," Barbot/1732, p. 120). Bibliografia sobre Barbot HAIR, P. E. H. 1974. “Barbot, Dapper, Davity: A Critique of Sources on Sierra Leone and Cape Mount”, History in Africa, vol. 1, pp. 25-54 |
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